Carcinoma basocelular é o câncer de pele mais frequente do ser humano. É um tumor maligno de excelente prognóstico que pode ser curado com o tratamento adequado, sendo que raramente dá metástases, isto é, espalha pelo corpo, mas pode ser agressivo localmente. O local mais frequente de todos é o rosto, 80% dos casos de carcinoma basocelular acontecem na região de cabeça e pescoço. Isto é um grande problema, por mais que o carcinoma basocelular seja um câncer de bom prognóstico, que pode ser curado por cirurgia, cicatrizes cirúrgicas no rosto podem ser muito desagradáveis.
Como reconhecer um carcinoma basocelular.
Será que esta ferida é um câncer de pele? Esta é uma dúvida frequente, motivo de muitas visitas aos consultórios dermatológicos. Abaixo temos algumas dicas de como reconhecer um carcinoma basocelular:
Ferida que não cicatriza. Toda ferida que demore mais do que 15 dias para cicatrizar deve ser avaliada por um médico dermatologista, principalmente aquelas sem evidência de trauma como causa.
Nódulo avermelhado brilhante. O carcinoma basocelular (CBC) pode ser um nódulo, avermelhado com brilho perláceo. Este brilho é uma característica marcante do CBC.
Teleangiectasias. Pequenos e finos vasos sanguíneos que aparecem na superfície do carcinoma basocelular.
Pigmentação. O carcinoma basocelular pode ser pigmentado. Quando isso acontece é fundamental diferenciar o CBC de outro tipo de câncer de pele: o melanoma.
Crescimento. Normalmente o carcinoma basocelular tem crescimento lento, cresce sem que seja percebido no começo.
Sintomas: O carcinoma basocelular da poucos sintomas. Pode coçar eventualmente, pode doer (principalmente quando está ferido,ulcerado) e pode sangrar.
Veja fotos de carcinoma basocelular
Subtipos de carcinoma basocelular:
Carcinoma basocelular nodular: Subtipo mais comum de CBC, respondendo por 50 a 80% destes tumores. O carcinoma basocelular nodular em geral apresenta-se, como o próprio nome diz, como um nódulo, uma “bolinha”, avermelhada. Sua superfície pode exibir um brilho perolado. É comum a presença de finos vasos de sangue, conhecidos como teleangiectasias. Como todo CBC pode ulcerar, formando a famosa “ferida que não cicatriza”. 90% dos carcinomas basocelulares nodulares ocorrem na face, sendo o local mais comum o nariz. É comum após os 55 anos de idade, ocorrendo com maior frequência em homens.
Carcinoma basocelular superficial: Este subtipo de carcinoma basocelular costuma acometer pessoas mais jovens, na faixa dos 40 aos, sendo o local mais comum o dorso (ombro e costas) seguido do rosto e pescoço. O carcinoma basocelular superficial não costuma exibir as características típicas como brilho perolado e teleangiectasias, sendo facilmente confundido com outras lesões de pele como eczema ou psoríase. Como é um tumor praticamente assintomático (não coça, não dói e não sangra), por localizar-se em região de difícil autoexame e por ter características que se confundem com outras doenças de pele, o carcinoma basocelular superficial é muitas vezes diagnosticado tardiamente.
Carcinoma basocelular esclerodermiforme: também chamado de carcinoma basocelular infiltrativo é o subtipo mais agressivo de CBC, responde por 5 a 15% destes tumores. É um tumor mal delimitado que recidiva com frequência.
Carcinoma basocelular metatípico: também conhecido como basoescamoso é um câncer de pele raro, que apresenta características tanto de carcinoma basocelular como carcinoma espinocelular (CEC). É um tumor agressivo com altas taxas de recidiva e risco de metástase em torno de 5% dos casos (muito acima de um carcinoma basocelular comum).
Tratamento do carcinoma basocelular
O carcinoma basocelular tem excelente prognóstico sendo que o tratamento do carcinoma basocelular é predominantemente cirúrgico. Existem várias técnicas cirúrgicas, sendo um consenso na literatura médica que a técnica com os melhores índices de cura é a cirurgia de Mohs. Tratamentos não cirúrgicos podem ser tentados em situações específicas de tumores de baixo risco, pequenos e localizados em tronco.
Referências bibliográficas
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