O carcinoma espinocelular (CEC) superficialmente invasivo nada mais é do que um carcinoma espinocelular que só acomete as camadas mais superficiais da pele: epiderme e derme superficial. Por acometer somente as camadas mais superficiais da pele em geral tem excelente prognóstico, com enormes chances de cura e risco de metástases muito baixo.
Como reconhecer um carcinoma espinocelular superficialmente invasivo
O diagnóstico só é possível através do exame de biósia que confirma que o tumor está restrito às camadas mais superficiais da pele. Clinicamente este tipo de tumor se confunde com lesões pré cancerosas como a queratose actínica ou com carcinomas espinocelulares invasivos. É mais comum na região exposta ao sol em pessoas de pele clara, sendo mais frequente após os 55 anos de idade.
Tratamento do carcinoma espinocelular superficialmente invasivo
O tratamento do carcinoma espinocelular superficialmente invasivo depende muito do seu tamanho e localização. Tumores pequenos (menores que 2,0 cm de diâmetro) localizados fora da região de cabeça e pescoço podem ser tratados com cirurgias mais simples como curetagem e eletrocoagulação ou crioterapia. Métodos não cirúrgicos como uso de medições tópicas tem taxas de cura menores e devem ser evitados.
Já lesões localizadas em cabeça e pescoço ou lesões maiores que 2,0 cm de diâmetro devem ser tratadas cirurgicamente. Os melhores resultados são obtidos com a cirurgia micrográfica de Mohs, trem especial nas lesões de face, uma vez que este tipo de cirurgia além de ter altas taxas de cura também oferece as melhores cicatrizes.
Pacientes operados por CEC superficialmente invasivo devem ser acompanhados com consultas regulares pelo risco do surgimento de novas lesões, além do risco pequeno de recidiva das lesões operadas.
Perguntas frequentes
Qual o melhor tratamento para um carcinoma espinocelular superficialmente invasivo em rosto?
Em geral para as lesões de face o melhor tratamento é a cirurgia. Mesmo sabendo que o CEC superficialmente invasivo tem bom prognóstico e pode ser tratado por cirurgias mais simples, a melhor opção em rosto é a cirurgia de Mohs. Este método cirúrgico tem excelentes taxas de cura e consegue cicatrizes melhores, mais estéticas, que são fundamentais em rosto.
Fiz uma biópsia e o resultado foi carcinoma espinocelular superficialmente invasivo, tem cura?
Este é um tumor de bom prognóstico, que tem altas taxas de cura com o tratamento cirúrgico. É importante lembrar que nos casos de biópsias parciais, ou seja, só um fragmento do tumor foi retirado e examinado, o restante do tumor que ficou pode não ser somente superficialmente invasivo. No tumor residual pode haver áreas de invasão de fato, áreas mais profundas. Nestes casos é fundamental realizar o tratamento cirúrgico removendo todo o tumor residual para ter certeza que todo o tumor é superficialmente invasivo e tem bom prognóstico.
Considerações finais
Carcinoma espinocelular superficialmente invasivo é um tumor de excelente prognóstico por acometer somente as partes mais superficiais da pele. O tratamento depende de tamanho e localização do tumor, mas o melhor tratamento segue sendo a cirurgia.
Referências bibliográficas
- Stewart JR, Lang ME, Brewer JD. Efficacy of nonexcisional treatment modalities for superficially invasive and in situ squamous cell carcinoma: A systematic review and meta-analysis. J Am Acad Dermatol. 2022 Jul;87(1):131-137
- Yanofsky VR, Mercer SE, Phelps RG. Histopathological variants of cutaneous squamous cell carcinoma: a review. J Skin Cancer. 2011;2011:210813