Carcinoma basocelular esclerodermiforme ou infiltrativo

Câncer de Pele, Diagnósticos

Carcinoma basocelular é o tumor mais comum do ser humano. Este tumor pode apresentar alguns subtipos, cada subtipo possui características próprias e os tratamentos podem mudar de subtipo para subtipo.

O carcinoma basocelular (CBC) esclerodermiforme, também chamado de carcinoma basocelular infiltrativo é o subtipo mais agressivo de CBC, responde por 5 a 15% destes tumores. Como todo CBC, o carcinoma basocelular esclerodermiforme raramente dá metástases, isto é, espalha pelo corpo, mas pode ser bastante agressivo localmente. Este tipo de tumor costuma invadir mais profundamente a pele e os tecidos subcutâneos. Com isso sem o tratamento adequado é comum haver recidivas.  Assim como a maioria dos CBC, o carcinoma basocelular esclerodermiforme ocorre com maior frequência no rosto, sendo mais comum após os 55 anos de idade e em homens.

Como reconhecer um carcinoma basocelular esclerodermiforme

O CBC esclerodermiforme também exibe as características clássicas do CBC, como brilho perláceo e teleangiectasias (finos vasos de sangue). Além destas, pode se parecer com uma cicatriz, uma área atrófica, esbranquiçada. Justamente por se parecer com uma cicatriz, ou até com esclerodermia que recebe este nome: esclerodermiforme.  O CBC esclerodermiforme costuma ser difícil de delimitar, dizer onde começa e onde termina. Isso acaba dificultando o tratamento e aumentando a chance de recidivas por cirurgias incompletas.

Carcinoma basocelular esclerodermiforme na região nasal, o tumor se parece com uma cicatriz.

Tratamento do carcinoma basocelular esclerodermiforme

O tratamento do carcinoma basocelular depende da sua classificação de risco, alto ou baixo risco de recidivas. Todo carcinoma basocelular esclerodermiforme ou infiltrativo é considerado de alto risco para recidivas, não importando seu tamanho ou sua localização. Só pelo fato de ser um CBC infiltrativo já é considerado de alto risco.

Carcinoma basocelular esclerodermiforme ou infiltrativo é considerado de alto risco.

Nos tumores de alto risco o tratamento indicado é a cirurgia, nos pacientes que por alguma razão não possam realizar cirurgia, está indicada a radioterapia. Entre as modalidades cirúrgicas temos a cirurgia convencional e a cirurgia de Mohs. Deve-se evitar tratamentos não cirúrgicos no carcinoma basocelular esclerodermiforme, esta é uma variante mais agressiva de CBC e o tratamento inadequado pode levar a recidivas.

Cirurgia convencional no tratamento do carcinoma basocelular esclerodermiforme ou infiltrativo

Como em todos os tipos de carcinoma basocelular o principal tratamento é a cirurgia com margens de segurança adequadas. As margens de segurança recomendadas variam de 4 a 10 milímetros de acordo com cada caso. Em geral se utilizam margens mais amplas nos CBC infiltrativos para aumentar as taxas de cura. Mesmo com margens amplas o risco de recidiva existe.

Cirurgia micrográfica de Mohs no tratamento do carcinoma basocelular esclerodermiforme ou infiltrativo

O método com maiores taxas de cura nos casos de carcinoma basocelular infiltrativo ou esclerodermiforme é a cirurgia micrográfica de Mohs,. Este tumor cresce infiltrando a pele e os tecidos abaixo da pele, como cartilagem, músculo e até gordura. Por essa característica infiltrativa, formando raízes, a cirurgia convencional pode ser insuficiente para remover todo o tumor, mesmo usando margens de segurança amplas. A cirurgia de Mohs tem taxas de cura muito superiores, sendo a melhor opção nos casos de carcinoma basocelular esclerodermiforme, especialmente aqueles localizados no rosto, por reduzir as cicatrizes, obtendo melhores resultados estéticos, ao mesmo tempo que mantém excelentes taxas de cura.

Perguntas frequentes

A cirurgia para o tratamento do carcinoma basocelular esclerodermiforme no rosto deixa muita cicatriz?

 O carcinoma basocelular esclerodermiforme costuma ser maior por debaixo da pele do que conseguimos enxergar no exame físico. Por isso, para seu tratamento adequado é necessário retirar o tumor com uma margem de segurança. O método com as melhores taxas de cura é a cirurgia de Mohs, que também é o método cirúrgico que proporciona as melhores cicatrizes, pois o defeito cirúrgico é menor, justamente pela possibilidade de avaliar no momento da cirurgia se todo o tumor foi ou não removido. Além de ter as maiores taxas de cura e menores defeitos cirúrgicos, a cirurgia de Mohs permite a reconstrução na mesma cirurgia, proporcionando melhores resultados estéticos.

Carcinoma basocelular esclerodermiforme operado com resultado de margens comprometidas, o que devo fazer?

 É importante conversar com o médico que realizou a cirurgia pois nestes casos pode ser necessária uma re-abordagem cirúrgica. O carcinoma basocelular esclerodermiforme costuma recidivar no mesmo local quando as margens são comprometidas, por isso é necessário avaliar a possibilidade de uma re-operação do local.

Carcinoma basocelular esclerodermiforme dá metástases?

De forma geral os carcinoma basocelulares tem um risco muito pequeno de darem metástases, este risco é estimado em menos de 0,1%. Mas este tipo de tumor pode ser localmente invasivo, invadindo tecidos anexos ao local acometido e podendo recidivar no mesmo local se não for tratado adequadamente. O melhor tratamento é sempre a cirurgia, sendo a cirurgia de Mohs o método com melhores taxas de cura.

Qual o melhor tratamento para o carcinoma basocelular esclerodermiforme?

O melhor tratamento é sempre a cirurgia, seja cirurgia com margens amplas ou cirurgia micrográfica de Mohs. Contudo, a cirurgia de Mohs tem taxas de cura superiores, especialmente para os CBCs esclerodermiformes de face.

Considerações finais

Carcinoma basocelular esclerodermiforme é um tumor maligno localmente muito agressivo que deve sempre ser tratado de forma cirúrgica. A melhor opção de tratamento é a cirurgia de Mohs.  Na clínica Dôvera você encontra o melhor tratamento para o carcinoma basocelular esclerodermiforme.

Referências

  1. Cameron MC, Lee E, Hibler BP, et al. Basal cell carcinoma: Epidemiology; pathophysiology; clinical and histological subtypes; and disease associations. J Am Acad Dermatol. 2019 Feb;80(2):303-317
  2. Deng M, Marsch AF, Petronic-Rosic V. Molecular Variations in Histologic Subtypes of Basal Cell Carcinoma. Skinmed. 2017 Aug 1;15(4):265-268.
  3. van Kester MS, Goeman JJ, Genders RE. Tissue-sparing properties of Mohs micrographic surgery for infiltrative basal cell carcinoma. J Am Acad Dermatol. 2019 Jun;80(6):1700-1703

Carcinoma Basocelular esclerodermiforme em nariz

Autor:

Dr. Gustavo Alonso

Dermatologista – CRM – SP: 97410 | RQE – 37815