Dermatoscopia digital

Câncer de Pele, Tratamentos

Dermatoscopia é um exame não invasivo, prático e rápido, que melhora a acurácia do diagnóstico de câncer de pele pelo médico. Pela dermatoscopia é possível enxergar uma série de características não visíveis ao olho nú, aumentando a capacidade diagnóstica.

Como é feito o exame de dermatoscopia?

A dermatoscopia pode ser feita com diversos equipamentos, sendo o mais comum o dermatoscópio. O dermatoscópio é um aparelho portátil e simples de usar que oferece um aumento fixo de 10 vezes. O dermatoscópio pode ser conectado a uma câmera digital de alta resolução permitindo o registro destas imagens e sua comparação ao longo do tempo.  Existem também aparelhos próprio de dermatoscopia que já fazem o registro da imagem.

Em geral os dermatoscópios tem uma lente que aumenta entre 10 a 40 vezes a imagem. Associado a este aumento existe uma redução na reflexão de luz na epiderme (camada mais externa da pele), por meio do uso de gel de contato ou luzes com polarização. Esta redução na reflexão permite enxergar mais profundamente na pele, visualizando estruturas que não são visíveis ao olho nú.

Dermatoscopia e câncer de pele.

A dermatoscopia aumenta muito a capacidade diagnóstica do médico, sendo bastante superior ao exame a olho nu. Inúmeros trabalhos científicos têm demonstrado esta superioridade da dermatoscopia em relação ao exame a olho nu. O exame de dermatoscopia depende muito da experiência do médico que o realiza, quanto mais experiente, maior a acurácia diagnóstica do exame. Mais recentemente temos vários softwares de inteligência artificial interpretando o exame de dermatoscopia digital. Até o presente momento (maio de 2019) a inteligência artificial ainda não supera um médico experiente, mas é questão de tempo para que isso aconteça.

A dermatoscopia pode ser usada no diagnóstico de qualquer tipo de câncer de pele, sendo especialmente útil em carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular, e doença de Bowen. Mas, sem dúvida alguma, o maior uso da dermatoscopia é para diferenciar entre uma pinta benigna e um melanoma.

Fotografia clínica e dermatoscopia digital de um melanoma pequeno na perna. A dermatoscopia ajuda no diagnóstico do melanoma.

Em alguns casos, mesmo com dermatoscopia fica impossível dizer se a lesão é maligna ou benigna. Quando isso acontece, usamos o seguimento com dermatoscopia digital, as imagens da dermatoscopia são comparadas ao longo do tempo, observando se acontecem mudanças nas pintas fotografadas. Sabemos que os melanomas mudam ao longo do tempo, enquanto as pintas benignas não costumam mudar. O seguimento com dermatoscopia digital possibilita o diagnóstico de melanomas em uma fase inicial, na qual o tratamento é simples e com grande chance de cura!

Quando o seguimento com dermatoscopia digital é associado a fotografias digitais de todo o corpo temos um exame chamado de mapeamento corporal.

É importante lembrar que a dermatoscopia não é 100% eficaz, é uma ferramenta a mais, que deve sempre ser associada a um bom exame clínico e uma história médica detalhada.

Referências bibliográficas

  1. Yélamos O, Braun RP, Liopyris K, et al. Usefulness of dermoscopy to improve the clinical and histopathologic diagnosis of skin cancers. J Am Acad Dermatol. 2019 Feb;80(2):365-377.
  2. Papageorgiou V, Apalla Z, Sotiriou E, Papageorgiou C, et al. The limitations of dermoscopy: false-positive and false-negative tumours. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2018 Jun;32(6):879-888.
  3. Wolner ZJ, Yélamos O, Liopyris K, Rogers T, et al. Enhancing Skin Cancer Diagnosis with Dermoscopy. Dermatol Clin. 2017 Oct;35(4):417-437

Autor:

Dr. Gustavo Alonso

Dermatologista – CRM – SP: 97410 | RQE – 37815