Orelha rasgada é uma queixa muito frequente nos consultórios e algo que pode gerar um grande incomodo. A orelha pode rasgar pelo uso crônico de brincos mais pesados ou por traumas agudos, como por exemplo o brinco ficar preso numa roupa ou ser puxado por uma criança. Pode acontecer também o alargamento do furo por uso de alargadores. Seja uma orelha rasgada ou um furo alargado, a correção é cirúrgica: lobuloplastia.
O que é lobuloplastia?
É um procedimento cirúrgico, feito no consultório, sob anestesia local e com excelentes resultados, que vai refazer o lóbulo da orelha, corrigindo o alargamento ou o rasgo, recuperando tanto a parte funcional (podendo voltar a usar brincos normalmente) quanto a parte estética. Diferente do que se imagina, o reparo da orelha rasgada não é somente costurar o rasgo. É necessário refazer a região com uma plástica usando técnicas que diminuam a chance da orelha rasgar de novo. Além de diminuir recidivas uma boa lobuloplastia deixa uma cicatriz quase imperceptível e mantém a curvatura inferior do lóbulo da orelha.
A lobuloplastia está indicada na correção de orelha rasgada, na correção do alargamento do furo e também no rejuvenescimento do lóbulo da orelha, especialmente quando existe muita flacidez e sobra de pele.
Como é o pós operatório da orelha rasgada
É um pós operatório bem tranquilo com pouca ou nenhuma dor. É necessário evitar atividade física por 48 horas. Os pontos são removidos com 7 a 10 dias e o resultado final com boa cicatrização pode ser observado com 3 a 6 meses. Pode haver inchaço e hematoma no local.
Quando posso voltar a usar brinco?
Essa é sem dúvida a pergunta mais frequente, quando posso furar a orelha de novo e quando vou voltar a usar brinco. Indica-se refazer o furo após 6 a 8 semanas, preferencialmente em outro local, evitando que seja sobre a cicatriz. Uma cicatriz nunca terá a mesma resistência da pele normal, se furar sobre a cicatriz existe um risco maior de rasgar a orelha de novo. O mesmo raciocínio serve para as técnicas cirúrgicas que mantém o furo, como o furo estará na cicatriz, existirá um risco maior de recidiva. O ideal é furar a orelha ao lado da cicatriz, em área de pele normal, entre 6 e 8 semanas após a cirurgia.
Como prevenir a orelha rasgada
- Evite o uso de brincos pesados
- Evite o uso de brincos muito grandes ou chamativos quando estiver perto de crianças pequenas
- Sempre remova os brincos antes de tirar uma blusa
- Use brincos delicados ou prefira não usar brincos quando for praticar atividades físicas
- Remova os brincos antes de dormir
- Se a pele do lóbulo da orelha estiver muito flácido, não conseguindo mais sustentar um brinco, considere realizar um tratamento de rejuvenescimento da região.
- Não fume, o cigarro está associado a uma pele mias flácida que tem maior chance de rasgar pelo uso de brincos.
Perguntas frequentes
Quanto tempo demora uma cirurgia de orelha rasgada?
A cirurgia é feita no próprio consultório, com anestesia local e dura em torno de 30 a 60 minutos. Não existe necessidade de fazer jejum pré-operatório.
Quanto custa a cirurgia de orelha rasgada, a lobuloplastia?
Os valores variam de acordo com a técnica necessária para a reconstrução de cada caso, por isso não existe uma tabela. é fundamental uma avaliação, uma consulta médica para que se possa determinar qual a cirurgia necessária e qual o valor. Mas, a lobuloplastia é uma das cirurgias mais acessíveis.
Existe cirurgia de orelha rasgada sem pontos?
Existem sim técnicas que não utilizam suturas ou pontos. Existe uma técnica com ácidos usada somente para fendas parciais, com bons resultados, mas que precisa de várias aplicações. Existem também técnicas cirúgicas com colas, ao invés de pontos, mas os resultados são inferiores à lobuloplastia convencional com pontos.
Pode aparecer um quelóide após a lobuloplastia?
A formação de quelóides é algo individual, mas o risco existe. Se o paciente tem história prévia de quelóide, ou história familiar de quelóides, após a lobuloplastia haverá a necessidade de tratamento preventivo contra quelóides. Um bom cirurgião vai usar a melhor técnica possível e todos os tratamentos disponíveis para que se obtenha a melhor cicatriz, minimizando risco de quelóides ou cicatrizes hipertróficas.
Referências bibliográficas
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- Malone CH, Codrea V, Wagner RF Jr. Split earlobe repair with piercing preservation and optimal earlobe aesthetics. J Am Acad Dermatol. 2019 May;80(5):e115-e116.